sexta-feira, 22 de julho de 2011

TZORÁ” – “LEPRA” - NISSAN 5 = 5771 09 abril de 2011
PORÇÃO SEMANAL PARA O DIA DO DESCANSO


NISSAN 5 = 5771 09 abril de 2011


“METZORÁ” – “LEPRA”

LEITURAS PARA O SHABAT





Torah: Levítico: 15:1- 15:33


Haftará: 2 Reis 7:3-20



Brit Hadashá: Mateus 9:20-26


Torah: Levítico: 15:1- 15:33



O SENHOR DISSE A MOISÉS E A ARÃO: “Digam o seguinte aos Israelitas: Quando um homem tiver um fluxo que sai do corpo, o fluxo é impuro. Ele ficará impuro por causa do seu fluxo, quer continue, quer fique retido. (Levítico 15:1-3 – NVI).


A Porção desta semana trata do assunto “lepra”. Como vimos na porção anterior, existiam sete tipos de doenças de pele que recebiam o nome de lepra.

Essa doença é relacionada com o pecado, é um símbolo deste.

Não encontramos nas Escrituras referências em destaque a uma doença, como encontramos no caso da lepra. Capítulos inteiros tratam da doença, da sua purificação e da cura definitiva.

Nos dias atuais, conhecemos a lepra com o nome de hanseníase, cuja cura já é possível, na maioria dos casos. Portanto, vamos nos deter naquilo que achamos que está “por trás” da doença, ou seja, o pecado.

Em seu livro “Reflexões sobre a Torá”, Moshe Grylak comenta a respeito desta porção o seguinte:



“Disse Rabi Iossi: todo aquele que maldisser, flagelos o acometerão... ’Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação’ (Levítico 14:2) – esta será a lei do maledicente.


Tratado arachin 15


Moshe Gryla diz: “Nesta mesma oportunidade há relação entre os crimes de língua e a lepra, que assola o corpo humano, e provamos que, na realidade, aquela lepra nada tem em comum com a doença geralmente chamada por este nome, a Hanseníase. Acrescentamos ainda que uma reação imediata do corpo diante de um pecado, como a aparição da lepra reagindo à maledicência, só pode ocorrer em uma sociedade pura e superior, com as mais altas qualidades espirituais, que repele por si mesma qualquer desfiguração moral...”

“...A cultura encontrada nesta civilização dedica um tratamento severo à língua desencaminhada: um verdadeiro nocaute espiritual. Ela não é clemente ao proferir a sentença daquele que fala mal do próximo...”


“...Nada podemos fazer se esta sociedade bíblica anseia viver em um mundo sem poluição e em um ambiente límpido, consciente de que a vida e a morte encontram-se em poder da língua, no sentido literal da expressão.”


“Disse Rabi Ioshua ben Levi: Cinco (são as) leis do leproso (explicação: a palavra “lei” aparece cinco vezes neste trecho bíblico que relaciona os preceitos da lepra e do leproso): ‘esta será a lei do leproso’, ‘esta é a lei daquele em que está à chaga’ etc. Isto vem ensinar-nos que, todo aquele que maldiz, transgride os cinco livros da Torá.” (páginas 147 e 148).



É realmente muito interessante a posição de Moshe Grylak.

Apesar de não estar explícito na Bíblia Sagrada, creio que este raciocínio é correto.

Uma das maiores pragas que encontramos registrado na Palavra de Deus é o uso inadequado da língua.



Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniqüidade. Colocada entre os membros de nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso da vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno.

Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar doma-se e tem sido domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero. (Tiago 3:6-8 – NVI).



A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.

(Provérbios 18:21 - Bíblia de Estudo de Genebra).


Baseados nesses textos acima e em outros mais, chegamos à conclusão de que há coerência na argumentação rabínica ao relacionar a lepra com a maledicência.



A calúnia, a mentira e a fofoca tem origem no seio do inferno, são palavras que destroem vítimas, sem dar a elas a condição de defesa.

Quantas desgraças poderíamos relacionar, produzidas por mentiras ou “meias verdades”, que também são mentiras, e que depois de feito o estrago não há mais como remediar...

A maledicência causa destruição, primeiro no maledicente (como diz Tiago em sua epístola, a qual foi incendiada) e depois, destrói o outro, vítima de calúnias e acusações.

O Diabo, nosso Adversário, usa as palavras de acusação que os homens proferem para exercer seu nefasto ministério de acusador.



“... foi lançado fora o acusador dos nossos irmãos, que os acusa diante do nosso Deus, dia e noite. (Apc. 12:10b – NVI).


Enquanto Cristo exerce o ministério da intercessão, o maligno exerce o ministério de acusação.

Sabemos que a autoridade na terra está com o homem e, para se operar no planeta, é preciso ser usado o homem, tanto para o bem como para o mal.

A língua é uma arma poderosa na boca do crente fiel. Toda a batalha é travada usando-se “palavras”, “declarações”, “orações”, “petições”, “decretos” etc.

O comando, o governo, o domínio espiritual, são executados pela palavra.

Tudo foi criado pela Palavra de Deus e nossa identificação com Deus é porque temos, d”Ele mesmo, o dom da palavra.

O inimigo de nossas almas, sabedor dessa verdade, usa os incautos, pessoas feridas por ele mesmo (o Diabo), para incitar o homem contra seu irmão.

Quando o crente não anda no espírito, é facilmente enganado por s.a.t.a.n. e permite em seu coração sentimentos de inveja, ciúmes, desejos de vingança e outras coisas mais, executando seus propósitos começando pela língua.

A língua é uma arma mortal, infernal, diz Tiago.

A pessoa que não é dominada pelo Espírito Santo de Deus é facilmente usada pelo Diabo e se torna um leproso, cujas sujeiras escorrem de seus lábios, tornando-se assim um impuro que precisa viver à margem da Congregação.

No contexto de Tiago, no capítulo três, o contrário da língua maligna é o amor abençoador.

É interessante que, nos originais, a palavra abençoar significa dizer coisas benditas, coisas boas, daí vem Benedito (bem dito).

A vigilância para estes dias do fim é principalmente com relação ao que vamos falar e onde falar.

Vejam com atenção este Salmo de Davi:



Seja a minha oração como incenso diante de ti, e o levantar das minhas mãos como a oferta da tarde. Coloca, SENHOR, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios. (Salmos 141:2-3 – NVI).


Fica muito claro nesses versículos o cuidado do salmista com o que iria sair de sua boca.



Às vezes, cometem-se verdadeiros paradoxos, abrindo a boca para bendizer e amaldiçoar ao mesmo tempo.

Mesmo as palavras de valor precisam ser ditas no tempo certo.



Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita há seu tempo. (Provérbios 25:11 – NVI).


Duas passagens bíblicas nos alertam com relação à seriedade das palavras que proferimos e, principalmente, que haveremos de prestar contas a Deus de tudo o que falamos.



Depois, aqueles que temiam ao SENHOR conversavam uns com os outros, e o SENHOR os ouviu com atenção. Foi escrito um livro como memorial na sua presença acerca dos que temiam o SENHOR e honravam o seu nome. (Malaquias 3:16 – NVI).


Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados. (Mateus 12:36-37 – NVI).


Haftará: 2 Reis 7:3-20


Havia quatro leprosos junto à porta da cidade. Eles disseram uns aos outros: por que ficar aqui esperando a morte?

Então disseram uns aos outros: Não estamos agindo certo. Este é um dia de boas noticias, e não podemos ficar calados. Se esperarmos até o amanhecer, seremos castigados. Vamos imediatamente contar tudo no palácio do rei. (2 Reis 7:1, 9 NVI).


Passagem lindíssima das Escrituras Sagradas.

Um tempo de carestia terrível nos dias de Eliseu, que fez uma profecia de abundância de víveres no dia seguinte.

As primeiras pessoas que viram e vivenciaram o grande milagre do Eterno foram quatro leprosos, que tiveram em suas mãos abundância de víveres e riquezas, mas quando começaram a usufruir, caíram em si mesmos.

Quatro fala da terra (quatro cantos da terra), fala de um número de totalidade.

Leprosos representam toda a humanidade caída que, de repente, vê diante de si uma provisão extraordinária que não foi conquistada pela força de seus braços, mas uma dádiva verdadeiramente divina.

Nós somos estes leprosos, que em tempo de carestia espiritual, fomos agraciados pelo Rei Eterno, Imortal, Invisível, mas Real, que nos alimenta com sua própria carne e nos oferece vida eterna.

A crise dos leprosos foi: SE NOS CALARMOS, SEREMOS CASTIGADOS.

Existe a hora certa de se falar e o que falar.

Eles tinham sido agraciados com a vida, pois o texto fala que já estavam prontos a morrer.

Eles têm uma mensagem de BOAS NOTÍCIAS, isso lembra alguma coisa?



Palavras certas (por leprosos), a serem ditas na hora certa a todas as pessoas necessitadas.

É preciso saber fazer bom uso da língua (palavra).



Brit Hadashá: Mateus 9:20-26



Nisso uma mulher que havia doze anos vinha sofrendo de hemorragia, chegou por trás dele e tocou a tzitzit do seu manto. Porque ela disse a si mesma: se eu tão somente tocar o manto dele, serei curada. Yeshua virou-se, viu-a e disse: “Coragem, filha! Sua confiança a curou”. E ela foi curada imediatamente. (Mattityahu – Mateus 9:20- 22 – Bíblia Judaica Completa).


Esta é a postura que precisamos ter, reconhecer nossa enfermidade e correr para o Messias, que sempre está pronto para nos socorrer na hora da tribulação.

No grego, a palavra “fé” é pistis, que significa “crença” e “fidelidade”.

Elas caminham juntas, é preciso “crer” e também “agir” com fidelidade.

Os que crêem permanecem em fidelidade e não somente receberão o perdão de seus pecados, como também ganharão a vida eterna.

Para os leprosos de hoje (maledicentes, críticos mordazes, caluniadores, fofoqueiros), um alerta: NÃO PERMANECERÃO NA CONGREGAÇÃO DOS JUSTOS, ficarão “fora do arraial” com suas imundícies. Mas há remédio, aleluia! O Grande Médico divino está pronto a purificar toda a iniquidade.

Mais um final de semana que recebemos do Eterno. Vamos tomar cuidado com nossas palavras e oferecermos a Ele o fruto de nossos lábios, os sacrifícios de louvor.



Vamos falar palavras de vida eterna.

Vamos consolar os aflitos e oprimidos.

Vamos interceder por aqueles que sofrem.

Vamos chorar com os que choram.

Vamos sorrir com os que estão alegres.

Vamos pregar as Boas Notícias do Evangelho.

VAMOS ADORAR!!!

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